sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

MINHA NOSTALGIA TEM TRILHA SONORA



aumenta o volume que eu to saudosista..

músicas são fotografias das minhas lembranças...
o rock nacional já teve qualidade nesse país
e foi a trilha sonora da minhas adolescência...
a gente chorava e filosofava ouvindo os devaneios musicais e críticos do Renato Russo eno Legião Urbana. E sabia que eles eram de Brasília, onde o rock tinha uma maternidade com vários leitos. Também de lá veio o Capital Inicial com "Música Urbana"...
Titãs cntavam Sonífera Ilha, meio brega para o tipo de banda que se tornaram depois. Quem entendia de rock, quem era descolado, curtia Titãs, mesmo qdo eles lançaram "Titanomaquia", uma barulheira só para os ouvidos dos pais.
e com Ultrage a Rigor e Camisa de Vênus nos era lícito falar muitas bobagens ( e até alguns palavrões),porque afinalde contas, era o que eles cantavam e não tinha mais censura, o Figueiredo não ia mais toda noite pra TV em rede nacional e todo mundo podia falar e fazer o que bem quisesse. Porque, afinal de contas, no início dos anos 90, quando também começou minha adolescência, o Brasil ainda comemorava o fim de um regime que tinha imposto o medo e o perigo de se sonhar numa altura em que se pudesse ouvir.
O mundo dava voltas incríveis!!! Em 95 ouvimos falar de clonagem pela primeira vez através da ovelha Dolly. Ouvíamos Mamonas Assassimas, uma bobagem só, mas que era muito engraçado. Não deu tempo de todo mundo rir, pq eles morreram num acidente de avião, um ano depois de fazer sucesso.O Collor foi "expulso" através do impeacheman, o que nunca mais aconteceu nesse país, infelizmente...To na torcida pelo do Lula...
Votamos pra saber se queríamos que o Brasil fosse presidencialista ou parlamentarista. às vezes penso que fizemos a escolha errada...E nessa década, eu ainda era adolescente que não trabalhava, surgiu o FHC, ainda ministro do Itamar, que veio com um papo que nosso dinheiro ia valer mais. Tivemos a URV q se transformou em REal depois, e valia pra caramba! E foi com esse dinheiro valendo pra caramba que eu consegui fazer bicos, vender produtos de blz de porta em porta e pagar meu primeiro ano de faculdade. No ano seguinte, comecei a trabalhar na TV Caiuás, filiada da Bandeirantes. Frutos do Programa Teen, na mesma emissora, um ano antes, produzido pelo Bene e outros alunos do Colégio Objetivo, onde terminei meu segundo grau.
E no meio desse turbilão de coisas acontecendo, a música tocava no mundo e na Tv, pq inaugurou a MTV no Brasil e lá em casa tinha uma antena parabólica que nos deixava horas e horas em frente da TV. Através dela assistimos todas as edições do Rock in Rio.
na TV ou rádio ouvíamos de tudo:

Raimundos, Ira!, Inicial, Paralamas do Sucesso, Kid Abelha, Legião Urbana, Sepultura, Plebe Rude, Skank, Engenheiros do Hawaii, Nação Zumbi, Pato Fu, Planet Hemp, Charlie Brown Jr, Nirvana, Pearl Jam, U2, Dire Straits, Scorpions, Duran Duran, Guns N'Roses, Metálica, A-ha, Iron Maiden, Green Day, Alice in Chains.
E no Brasil alguns cantores estavam com tudo na mídia:Jorge Ben Jor, Zeca Pagodinho, Gabriel, o Pensador, Leandro e Leonardo, Marisa Monte, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Chico Cesar.

E a gente sonhava...nem me lembro direito com o que..mas acho que as meninas sonhavam em se casar até os 21 anos, se formar na faculdade( pq nessa época, nossas mães já imprimiam em nossas mentes, a importância de sermos independentes).E no nosso colégio, o Imaculada Conceição, de vez em quando escutávamos essas músicas no intervalo. E rolava também nas festinhas onde a gente também dançava "lenta"...rsrsrsr eu não muito,pq meu pai não deixava sair e também porque nesta época(pasmem!), eu era muito, mas muito tímida. E os meninos sonhavam em fazer faculdade todos juntos, na mesma cidade( bem longe de Dourados, de preferência) e morar todos numa república,e se ainda desse tempo, envelhecer juntos, sem casamentos, sem filhos...
E nessa década parece que a vida caminhava a passos lentos, sem pressa...
em apenas um ano, eram festas e festas de 15 anos onde éramos madrinha na valsa dos 15. Quem era mto legal, era chamado pra dançar nessas valsas. Fui duas vezes. Meus 15 anos foi no CTG, bem legal, festinha meio caseira, mas que me renderam mtos presentes! Foi mais do gosto da minnha mãe do que meu, mas foi feito com mta dedicação e amor. Sou grata a Deus por isso.
Eu sofria por amores platônicos, por meninos que nem sabiam quem eu era.Também fazia sofrer. Não ligava muito pros outros não, até que meus olhos conheceram um par de olhos cor do céu que mudaram minha vida pra sempre. Foram apenas tres meses mas que me fizeram sonhar pela primeira vez com um casamento, com uma aliança no dedo e com filhos...criancinhas sapecas e cabeludinhas, moreninhas com olhos azuis. Tres pelo menos. Mas nada disso veio, pq o namoro terminou e minha tristeza começou. Durou trÊs anos, até começar outro namoro que durou um tempão mas terminou tbém,e com ele, nem casamento, nem crianças, só mais horas e horas de choro, lamento, dor e a sensaçao que perdi meu tempo, o restinho da minha adolescência e o começo da minha idade adulta. As horas se tornaram dias, meses, anos.Teminaram quando me converti e então, nasci pra minha nova vida. A página virou e nunca mais foi foleada novamente.
Na década de 90, a gente acordava ceddo no domingo pra assitir o Aryrton Senna e quase morremos junto com ele em 1994, no mesmo ano em que o Brasil foi tetra campeão no futebol. No final dessa copa eu e minha mãe estávamos no RS, em Gaurama. Meu irmão tava morando lá, depois de acontecimentos tristes em nossa casa. Fomos visitá-lo e acabamos comemorando por ali mesmo. Assistir os jogos com minha família maluca era diversão garantida. A gente torcia pra que a Tia Nei peidasse, pq cada vez q isso acontecia, o Brasíl fazia um gol...
Mas apesar do Tetra, aquele foi um ano negro...me lembro que me propus a esquecê-lo. Era meu primeiro ano na faculdade de Direito(entrei com 17 anos), que na verdade era mais um refúgio pra mim.Eu amava ir pra aula, estudar. Mas Em algum ponto dos corredores e escadas daquela faculdade, perdi meus sonhos jurídicos e pessoais. Acho que perdi também minha adolescência. Naquele ano comecei a usar bolsa e vestido, deixei de lado as camisetas pretas de banda. Ahh, comecei a pentear o cabelo também.
NA minha adolescência eu, Katiúscia, Betina e KArin já estávamos juntas, sonhando,filosofando, fazendo planos, sofrendo por amores, alguns platônicos, outros mal sucedidos, outros reais. Chorávamos e sorríamos umas com as outras. Mas parece que eu era meio deprimida, melancólica e nem sempre eu tava acompanhada. "As pessoas não gostam de ficar perto de pessoas tristes..." Me lembro bem dessa frase. Não sabia lidar muito bem com meus sentimentos, sensações,emoções. Escutávamos música sertaneja, e ficava mais down ainda. As músicas não eram animadas como é o sertanejo universitário como agora

Na minha adolescência eu não era mto popular, mas tinha meus amigos. Era tímida, retraída..é sério, pode acreditar...mas tinha amigos em toda parte, principalmente meninos...minha casa vivia cheia deles. Meu pai sempre perguntava pra minha mãe qual deles era meu namorado, e ela sempre respondia a verdade: "nehum deles!" E não era mesmo, pq eu não ficava com amigos, não misturava as coisas. E tbém não ficava com ex-namorados de amiga minha, embora a recíproca nunca tenha sido verdadeira.
Tinha uma turminha mto legal em Ponta Porã, pra onde eu ia sempre que podia. Tbém fiz amigos bem maluquinhos na escola que duraram até o primeiro ou segundo ano de faculdade. Depois cada um foi pro seu lado.Mas havia tbém os amigos do namorado que me restaram de herança depois que o namoro terminou. Com eles aprendi a beber e a badalar. Éramos uma turma meio estranha aos olhos dos demais e eu adorava isso. Na concentração do carnaval nós ouvíamos rock. Fizemos um bloco chamado "Tarjas Negras", e desfilávamos no indaiá com pericas de bombril. Numa bela noite, alguém inventou de colocar fogo nas nossas perucas só pra ver a faísca. Abandonamos o adereço.

Nunca quiz ser normal, comum e com eles eu não era mesmo. Tínhamos jeito estranho, gírias próprias, piadinhas que só a gente entendia e achava graça. Os meninos eram irmãos mesmo, menos qdo a gente bebia um pouco mais. Daí já sabe:rola um clima, ninguém é de ninguém. Baile do Hawaii e do Preto e Branco eram sagrados e toda a galera tinha que ir. Com eles era bem mais divertido do que com o namorado, pq com eles eu me divertia, com o namorado era uma paranóia só, ele bebia e eu virava motorista. Naquela época, parece que tudo o que era problema era como eu ia entrar no Indáia nas férias, bailes e carnaval, já que eu não era sócia, onde eu ia tomar sol, como é que eu ia fazer pra sair a noite e encontrar o carinha que eu era afim( e era um por semana)
E agora eu escuto as músicas antigas e relembro de muitas coisas, boas e outras não, pq minha adolescência para que era uma época que apesar de ser divertida e até interessante, parece que eu era meio triste...será mesmo?! não me lembro direito... parece que mtas lembranças entraram n arquivo morto.

Sei que nessa época, a gente acampava em Bonito, sempre com mais alguém, a passávmos dias e dias na Ilha do PAdre. Era mto bom, mas de vez em qdo dava tédio. Todo domingo tinha churrasco lá em casa, e meu pai sempre fazia um mto bom qdo era meu aniversário. Me lembro direitinho de como foi bom no meu niver de 18 anos. Foi qdo fui de carro pra Boate pela primeira vez, com a galera. Me lembro da Betina, Aurélio e Osney. O meu pai deu a chave do carro pra Betina pq achava q ela seria mais responsável. Eu nem liguei, eu já tava meio bêbada mesmo...huahauhuah
E na adolescência eu escrevia poesia, não mostrava pra ninguém, mas qdo mostrava, todo mundo gostava. E eu declamava poesia. Lia muito, de tudo, mas também ensaiava uns passos do É O Tchan e assistia Barrados no Baile e achava minha história super parecida com a da Brenda e do Dylan, que se amavamm mas não se entendia...kkkk
Às vezes tenho a sensação de que minha adolescência não foi mto feliz. Mas depois isso passa, logo passa,pq afinal de contas, felicidade são momentos né?! e tive sim mtos momentos bons, alegres, divertidos. Algumas amizades perduram até hoje, outras não. Algumas coisas que queria ser já naquela época, sou hj. Mas mta coisa mudou, eu mudei. Cresci, amadureci, me transformei em alguém q eu não imaginava que seria. Celebro tudo isso.Faz parte de mim, sou eu.
E agora eu to aqui ouvindo música, lembrando de coisas legais, outras q eu quero esquecer, de pessoas q ficaram e das que se foram, das que eu gosto de das que me são inferentes, dos lugares, cheiros, cores, dores, amores, tristezas e alegrias.
Fico feliz com o que de bom restou da minha adolescência e apenas me lembro do que não gosto. Apenas lembro, mas não retenho. O que tem espaço em mim já está há muito tempo definido.
Sabe...é como uma caixa cheia de fotos, um bauzinho meio empoeirado de todo jeito: olhar a gente olha todas, ri, chora, até se emociona, dá risada das roupas antigas e esquisitas, das caras e posições, mas separa pra mostrar pros amigos as mais engraçadas ou as que a gente acha que tá mais bonita.Em algumas a gente concluiu que o tempo passou rápido, que bem que poderia ter demorado um pouquinho mais. Por outras, a gente vê que o tempo passou, impacavelmente, mas que no saldo geral, ele nos fez muito bem...

ÔôOÔ,se fez!

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