sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

DISCURSO DIEGO XAVIER-ORADOR DA NOSSA TURMA


Vamos combinar: quem esteve na nossa formatura comprovou que o Diego matou a pau!
com a palavra, Diego Xavier, orador da Turma 2009, SPRBC-Anápolis/Go

Anápolis, 13 de dezembro de 2009.

Em um momento como esse, faltam palavras para expressar os sentimentos, expressar a gratidão que temos em nosso coração, porque este é de fato momento muito especial. É um momento muito especial para nós formandos, porque marca a realização de um sonho, e significa que completamos uma missão de quatro anos; é um momento especial para o Seminário, para os professores, pois eles formaram mais uma turma, e um momento especial para nossas igrejas, nossos amigos e nossas famílias que participaram ativamente da nossa caminhada aqui porque a nossa vitória também é a vitória deles.
Contudo, apesar de ser um momento tão especial, não deixa de ser também um momento de ambigüidade, de sentimentos opostos. Por um lado ficamos felizes porque vencemos essa etapa de preparação para o ministério, e como alguém disse, agora temos diante de nós a arena, temos diante de nós o mundo e com certeza arde em nosso coração o desejo de sairmos e exercemos da melhor maneira possível esse ministério que Deus tem nos confiado.
Porém, embora toda essa empolgação de sair, toda a fé que temos que Deus fará grandes coisas através de nossas vidas não nos impede ainda de ficarmos com aquele aperto no coração por sabermos que quatro anos de nossas vidas, quatro anos em um lugar, com pessoas e situações que tanto nos marcaram e tanto nos fizeram crescer, no dia de hoje, fazem parte apenas daquele pedaço de nossa vida que chamamos Lembrança...
Lembranças, quantas lembranças temos! Algumas boas, outras não tanto, algumas ruins, algumas ótimas, mas enfim, lembranças que guardaremos para o resto de nossas vidas.
Não há como não lembrarmos, ainda antes de virmos para cá, quando envolvidos com o nosso cotidiano, com trabalho, com estudos, com nossas famílias, Deus plantou em nosso coração uma semente que denominamos chamado, vocação, e a partir daí, uma chama começou a arder em nós e se tornou um desejo incontrolável de viver pra Deus, de estar envolvido em sua obra, de maneria que a única forma de saciarmos esse desejo era entregar nem nada mais e nem nada menos do que todo nosso ser para realizar esse chamado de Deus em nossas vidas independente do preço a ser pago.
Preço, e que preço pagamos por isso! Deixamos um monte de sonhos de lado, deixamos amigos de longa data, deixamos a igreja onde aprendemos as bases da fé, mas talvez a situação que mais representa o quanto custou responder ao chamado de Deus tenha sido aquele dia em que em uma demonstração de amor a Deus, uma demonstração de coragem e fé, nos despedimos de pais, de mães, de irmãos e com lágrimas nos olhos deixamos nossas casas, nossas cidades e viemos para Anápolis, Seminário Presbiteriano Renovado – Brasil Central, crendo que naquilo que Deus faria em nós e através de nós
Primeiro dia aqui, Primeiro ano, segundo, terceiro, quarto ano, meu Deus quantas lembranças temos!!!
Não dá pra esquecer do primeiro dia, aquele misto de medo com ansiedade pra ver o que vai acontecer. O coração cheio de expectativas, muita vontade de aprender e tínhamos a coragem de afirmar veementemente “vim aqui pra ser trabalhado”, e mal imaginávamos o quanto Deus trabalharia em nossas vidas.
E nesse trabalhar em nossas vidas, temos que lembrar que Deus utiliza seus métodos, e alguns desses métodos não são nada convencionais: quantos conflitos passamos, quantas situações em que pensamos que não conseguiríamos, alguns pensaram inclusive em desistir, quantas problemas: saudade, dificuldade financeira, indefinição, cansaço, pressão, sobrecarga de estudos, mas hoje nos lembramos disso e vemos que foi exatamente em meio a isso que nosso caráter foi moldado e que isso na verdade foi o exercício que nos tornou mais fortes, mais corajosos, principalmente foi esse exercício que nos ensinou, ou antes que nos obrigou a depender de Deus.
Depender de Deus, e como aprendemos isso. E falando de dependência devemos lembrar também daqueles que estiveram ao nosso lado, daqueles que nos acolheram em suas igrejas, disponibilizaram tempo, amor, respeito, dinheiro e cuidaram de nós, ouviram o chamado de Deus pra atuar como sustentadores do nosso ministério, a esses hoje temos uma enorme gratidão e o prazer de chamá-los amigos, sim amigos, porque na hora em que mais precisávamos de pessoas ao nosso lado e não tínhamos nada a oferecer senão a nossa amizade esses se dispuseram a caminhar conosco e nos ajudar.
E falando em amigos, quantos amigos fizemos ao longo desses quatro anos, quantas pessoas conhecemos, quantas pessoas que se aproximaram de nós? Mas nesses quatro anos, fizemos amigos mais chegados que irmãos, fizemos família. E uma lembrança imensamente boa que fica, é a dessa turma, dos amigos dessa turma, pessoas que em quatro anos de convivência se tornaram participantes da vida um do outro. Tivemos a oportunidade de ver cada um feliz, em conflito, triste, celebrando, desanimando, enfim lutando. E em meio a tudo o que vivemos juntos como turma, sabemos que conhecemos uns, viramos colegas de outros, mas de alguns de fato o nosso coração se apegou, temos a liberdade de chamá-los irmãos porque choramos, sorrimos, perdemos, ganhamos, conversamos, nos calamos, tivemos paciência, perdemos a calma, demos conselho, pedimos conselho, falamos sério, jogamos conversa fora, tudo isso juntos, e se um relacionamento assim não faz brotar laços de amizade nada mais faz. E sendo assim, nosso coração sai lotado de pessoas que, bem poderíamos chamar de anjos de Deus, porque atuaram com mensageiros e instrumentos de Deus naqueles momentos em que olhávamos pra nós mesmos e dizíamos não conseguiríamos.
Guardados em nossa lembrança, levaremos também nossos professores, nossos mestres. Que grande aprendizado recebemos, como vocês nos fizeram crescer. De fato a bagagem que alcançamos nesses quatro anos, a forma com que nosso intelecto foi aguçado é de se espantar, contudo, não são os ensinamentos extraídos dos livros que mais guardamos ou que mais nos chamaram a atenção, mas sim aqueles que aprendemos através do testemunho que vimos nos corredores daquele seminário. E o que vimos de fato foi muito precioso, foi a dedicação, a renúncia, a alegria e o esforço com que vocês realizam a obra de Deus; que Deus nos dê a graça de copiarmos isso de vocês.
A maior lembrança de todas, porém, sem dúvida é do agir de Deus em meio a tudo o que se passou em nossas vidas. Primeiro lembramos pra agradecer porque Deus nos amou e nos vocacionou apesar de nós mesmos, e olhando para a forma com que ele nos amou, nos sustentou, nos suportou, nós vemos que graça não é o que Deus faz pelo homem que esse homem não merece, mas graça é aquilo que Deus faz por si mesmo não negando a sua natureza, então, diante disso nós louvamos a Deus porque apesar dos nossos erros, apesar da nossa ignorância, apesar da nossa infidelidade ele se manteve fiel, e nos sustentou, e por isso, o que cada um de nós deve lembrar não é do esforço que fizemos, não é da nossa perseverança, até mesmo porque não fomos nós quem perseveramos, mas foi Deus quem nos perseverou, e portanto, nesse momento a Ele toda honra, glória e todo louvor, porque de fato sem Ele nada disso seria possível.
E por tudo isso, o que fica de nossa caminhada é que não foi algo fácil, foi penoso, houve dificuldades, mas quer saber: Valeu a Pena, valeu a pena toda a renúncia, valeu a pena todo esforço, de fato Valeu a pena.
E agora, só nos resta ir embora, e vamos, mas vamos levando o conhecimento, o crescimento, os amigos e a fé que aqui adquirimos. Não sabemos o que nos aguarda, mas vamos orando e com uma certeza no coração: que o Deus que nos ajudou nesse tempo, é o mesmo que é poderoso para fazer muito mais do que pedimos e muito mais do pensamos. Obrigado e que Deus abençoe a todos.

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