segunda-feira, 1 de junho de 2009


Amizade: Variações de um mesmo tom

Uma das melhores definições de amizade é: “Amigo é aquele que divide tristezas e multiplica alegrias". Poucas coisas na vida aprofundam tanto o significado da alma humana e do envelhecimento quanto os relacionamentos duradouros, longos e significativos.
Um homem que não cultiva relacionamentos já é pobre na sua essência e caminha para ficar só na sua velhice. Quem é que anda conosco hoje que realmente caminhará nos dias vindouros? É possível esperar que esta amizade romperá a solidão e isolamento que tem sido a marca de tantos em nossos dias?
Existem diferentes tipos de amigos, e precisamos aprender a cultivar cada um deles, em circunstâncias diferentes:
Existe o amigo festivo, da farra, gosta de pescar, jogar futebol, comer churrasco e almoçar conosco. Gente alegre e festeira, mas que passa rapidamente em nossa vida. Não há problema nenhum em se ter estes amigos, aliás, até precisamos deles. Muitas vezes nós somos assim para determinadas pessoas. Esta amizade é superficial, tem o caráter transitório, do tipo que “vale enquanto dura”.
Existem amigos situacionais. Agem em nossas vidas por temporadas. De repente aparecem, como uma febre ou uma gripe, trazendo muita alegria ao nosso coração, e da mesma forma desaparecem. Eventualmente nos telefonam e fazem um programa conosco, trazendo alegria e contentamento. Mas, de repente, somem, passam-se os meses e depois retornam em outras épocas mais festivas ou casuais. Eles se encontram no rol de nossas amizades.
Existem os amigos duradouros – vieram para ficar na nossa vida. Estarão sempre por perto, seja qual for a situação. Alguns afirmam que estes são os verdadeiros amigos. Que aparecem quando todos os demais somem. Podemos contar com eles no dia a dia. Eventualmente falam de angústias da alma, não se sentem julgados, nem procuram justificar suas atitudes pessoais. Conhecem nossas variações de humor e ainda assim gostam de andar conosco. São amizades cultivadas, regadas, aprofundadas.
No processo de envelhecimento, precisamos muito de amigos assim. Precisamos de gente que esteja não em torno de nossos títulos e cargos, mas que possuam conosco relações de afeto, que estarão conosco mesmo que não tenhamos nada a oferecer-lhes, a não ser nossa amizade insuspeitada.

Rev Samuel Vieira

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